Antes de entrar nesse assunto, é bom lembrar que pai ausente não é apenas o homem que abandonou os filhos ou não tem mais convívio com a mãe das crianças e não está presente no dia-a-dia das mesmas.
O pai ausente é aquele que não contribui para a formação e educação, moral, e ética do filho, por exemplo, existem pais que não convivem com os filhos nem aos finais de semana, mesmo residindo na mesma casa, pagando escola, pagando alimentos e obrigações financeiras. Esses homens trabalham muito durante toda semana e os finais de semana usam o tempo para “descansar”.
Filhos com pais ausentes mesmo com a figura paterna dentro de casa é tão comum e normalizado, que você que esta agora lendo pensou: “- Poxa eu conheço alguém assim, mas não é culpa dele, ele trabalha demais”.
E quando os pequenos não tem contato algum com o pai?
Segundo o portal G1, que acessei hoje dia 24/08/2023, até 9 de agosto de 2023, o Brasil registrou 1.587.108 novos nascimentos. Desse total, 108.889 foram de pais ausentes. Ou seja, o nome do pai não consta na Certidão de Nascimento. Isso já representa 66% de todos os documentos sem os dados do pai emitidos ao longo do ano de 2022 no país. Os motivos são vários, todos nós conhecemos um caso como esse, até nas nossas famílias, mas a grande questão é que há muitas crianças sem a figura do pai presente, o que gera uma turbulência de sentimentos negativos e frustrações nas crianças.
Com base nesses dados, tão comuns nos últimos anos, algumas escolas aboliram e retiraram de seus calendários as apresentações de dia dos pais, assim como pararam de confeccionar lembranças em homenagem aos pais. Em contraponto a interne, a televisão, as lojas e toda a gama capitalista, esfrega na cara das crianças e dos adultos que essa data merece comemoração especial e a cultura do presente.
Uma de minhas seguidoras, que é professora em creche publica, confessou que das inúmeras crianças que ela educa apenas três tem a figura do pai na residência, as demais não tem o pai na residência e outras quem tem o nome do genitor no registro, então o que fazer nessa hora?
Primeiro as pessoas próximas da criança devem ensinar que pai não necessariamente deve ter o mesmo sangue, e que o forma de família que sempre é visto na TV e na propaganda de margarina não é padrão, que as famílias têm formas diferentes, e que todas essas formas são normais, outra forma de ajudar as crianças nessa data é ser um ombro amigo e ouvido 100% para elas, que o fato de ela não ter um pai, ou ter um pai presente não exclui ela de forma alguma da sociedade e dos coleguinhas, e que outra pessoa que não necessária mente seja um homem tenha o papel de pai na sua vida, pode ter certeza, elas sempre tem alguém que dentro do coração delas é o seu super-herói particular, e não somente nessa data.
É sempre importante que a criança saiba a verdade sobre o que acontece em sua vida. Nunca esconder a verdade e claro, tudo de acordo com a idade, para não criar problemas maiores na vida adulta.
Por mais que a historia possa ser dolorosa, difícil e triste, tanto para a mãe, como para um possível responsável da tutela e principalmente para a criança, pois ela é o individuo mais prejudicado, é primordial cuidado para não transferir dor e frustração para a criança, como por exemplo, um pai que abandonou a família, ou o filho que perdeu o pai para um acidente, por exemplo.
Por fim, entenda os sentimentos da criança, faça o que elas quiserem, acatem a decisão delas, se quiserem participar da festinha, que ela decida quem ir, se não quiserem ir, respeitem também, Cada criança vai lidar com as comemorações de uma maneira diferente. Umas que já tiveram contato com o pai ou uma figura paterna e as perderam, podem apresentar um comportamento ansioso nessa data, outras que nunca presenciaram tal figura em suas vidas e podem demorar ou nunca questionar. Sempre é importante estar ligado a o comportamento e atitudes das crianças nesse período e principalmente acolher os pequenos.
É sempre bom lembrar que alienação parental e abandono deixam feridas para sempre e no fundo, a data é fruto do capitalismo sendo muito comercial e que o importante é fazer da ocasião uma oportunidade para agradecer e demonstrar amor ao pai ou a quem cumpre, de um modo ou de outro, este papel.
Já tá na hora de acabarem com essa tortura com nossas crianças né escolas?
As famílias da vida real não são como as famílias dos comerciais de margarina, onde é um homem o papai, a mamãe e um casalzinho de filhos, os moldes reais são diferentes dos padrões patriarcais, uma simples comemoração dessas pode ser traumatizante para nossos pequenos.
Comentários